A comunidade médica está cada vez mais interessada nos potenciais terapêuticos dos canabinóides, substâncias presentes na planta Cannabis sativa L, para uma variedade de condições, incluindo doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson”, afirma o Dr. Lucas Cury, Neurologista. Ele ressalta que, nas últimas décadas, têm crescido os estudos com medicamentos feitos à base de canabidiol (CBD) ou baixas concentrações de tetrahidrocanabinol (THC), duas das cerca de 500 substâncias da planta Cannabis sativa.

Recentemente, pesquisadores do Instituto Salk para Pesquisas Biológicas, nos Estados Unidos, identificaram propriedades neuroprotetoras do canabinol (CBN), um canabinoide menos conhecido. O estudo, publicado na revista científica Redox Biology, revelou que o CBN e seus derivados apresentam potencial para proteger o cérebro contra danos e promover a regeneração neuronal.

“Conseguimos identificar os grupos ativos no CBN que estão fazendo essa neuroproteção e, em seguida, melhorá-los para criar compostos derivados que têm maior capacidade neuroprotetora e eficácia semelhante à de um medicamento”, explica a professora Pamela Maher, autora sênior do estudo.

Muitos distúrbios neurológicos envolvem a morte de neurônios devido a uma disfunção na ação da mitocôndria dentro dessas células cerebrais. Pesquisas anteriores indicavam que o CBN parecia evitar essa disfunção, mas os detalhes ainda eram desconhecidos. O novo trabalho revelou que o CBN modula a função mitocondrial para prevenir uma forma específica de morte celular, conhecida como oxitose ou ferroptose, ligada à perda de um antioxidante.

No estudo, os pesquisadores quebraram o CBN em pequenos fragmentos e observaram quais deles tinham mais propriedades associadas à neuroproteção. Depois, sintetizaram quatro moléculas semelhantes ao CBN, mas que continham esses fragmentos amplificados para aumentar a resposta dos neurônios. As substâncias foram testadas em células humanas e de camundongos, demonstrando resultados promissores.

Para o futuro, os cientistas planejam continuar investigando essas moléculas e compreender melhor as alterações neuronais associadas ao envelhecimento e a doenças como Alzheimer e Parkinson. O objetivo é adaptar os compostos do CBN para uso terapêutico em seres humanos, oferecendo novas esperanças para pacientes com distúrbios neurológicos debilitantes.

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By Douglas Arantes

Jornalista, Assessor de imprensa e Libertário.

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