Médica nutróloga Gabriela Rossmam Teixeira da Costa explica como identificar os sinais precoces e mudar o rumo da saúde antes do diagnóstico definitivo

A resistência insulínica é uma condição silenciosa, mas com consequências graves se não for identificada e tratada a tempo. Estima-se que cerca de 40% da população brasileira adulta tenha algum grau de resistência à insulina — um dos principais fatores que levam ao desenvolvimento do pré-diabetes e, posteriormente, ao diabetes tipo 2, doença que já afeta mais de 15 milhões de brasileiros, segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes.

Segundo a médica nutróloga Gabriela Rossmam Teixeira da Costa, a resistência insulínica ocorre quando as células do corpo deixam de responder adequadamente à insulina — hormônio responsável por permitir a entrada da glicose nas células para ser usada como energia. Isso faz com que o pâncreas produza ainda mais insulina como tentativa de compensação, gerando um ciclo perigoso.

“A resistência insulínica é o primeiro sinal de que algo não vai bem no metabolismo. Se não tratada, ela evolui para o pré-diabetes e, mais tarde, para o diabetes tipo 2, que é uma doença crônica e cheia de complicações”, explica a especialista.

Apesar de muitas vezes não apresentar sintomas claros, alguns sinais podem servir de alerta. Gabriela cita como indícios mais comuns a dificuldade para perder peso, aumento da gordura abdominal, sonolência após as refeições, escurecimento da pele em áreas como pescoço e axilas (acantose nigricans), e aumento da vontade de consumir doces e carboidratos simples.

“Esses sintomas passam despercebidos porque são comuns no dia a dia, mas é justamente esse o perigo: o corpo já está gritando por socorro”, alerta.

O diagnóstico pode ser feito por meio de exames laboratoriais como a dosagem de insulina em jejum, a glicemia de jejum, o teste de tolerância à glicose e o cálculo do índice HOMA-IR. Gabriela enfatiza que quanto antes a resistência for identificada, mais eficaz é o tratamento.

“A boa notícia é que a resistência insulínica e o pré-diabetes são reversíveis. Com mudanças de estilo de vida, é possível evitar que o quadro evolua para diabetes tipo 2”, afirma.

A médica destaca a importância de uma alimentação balanceada, rica em fibras, proteínas de boa qualidade e gorduras saudáveis, além da prática regular de atividade física. Reduzir o consumo de açúcar e alimentos ultraprocessados também é fundamental.

“A alimentação tem um papel central. Ao comer de forma consciente e estratégica, o corpo recupera sua sensibilidade à insulina e o risco de desenvolver doenças metabólicas cai drasticamente”, orienta.

Gabriela reforça ainda a importância do acompanhamento médico e de avaliações periódicas. “Cuidar da saúde metabólica é cuidar do futuro. Pequenas escolhas hoje podem evitar doenças amanhã.”

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