Com uma história de superação o ex dependente químico abdica sua vida em prol de pessoas que precisam de ajuda
A Câmara Municipal do Rio de Janeiro, foi palco de um delicioso café da manhã sólidario para moradores de rua idealizado pelo escritor Leo Motta, na manhã deste sábado ,19. Os cliques foram realizados pelo fotógrafo carioca, Rafael Quintanilha. Além da distribuição de alimentos, foi realizada de forma gratuita a entrega de absorventes para mulheres que aguardavam em filas de espera. Os homens receberam serviços de higiene pessoal como corte de barba e cabelo.
Criado em Cordovil, na zona Norte do Rio e com uma história de emocionar, Leo Motta é escritor e ex morador de rua. Problemas na infância o levaram para um mundo sombrio das drogas. O maior sonho do menino Leo era ser jogador de futebol, chegou até treinar em clubes, mas as drogas não o deixaram ir além para conquistar esse objetivo. Aos 14 anos, já era dependente químico. Aos 33, conheceu o crack, perdeu o emprego e foi parar nas ruas. Acabou nas ruas em junho de 2016, depois de ter uma overdose em frente à própria mãe. À época, o rapaz não conseguia se manter em um emprego por mais de dois meses devido ao vício.
“Não queria causar mais dor a quem eu amava. Pensei assim: se eu vou sofrer, eu sofro sozinho”_ contou .
O escritor conta que a rua é uma casa difícil.Para quem enfrenta o sol causticante do Rio de Janeiro todos os dias sem ter para onde ir, água gelada é um bem escasso. A fome era vencida quando encontrava alguém disposto a pagar um lanche. Quando a ajuda não vinha, as latas de lixo forneciam restos de biscoitos mofados que amenizavam o vazio no estômago.
Das marquises às páginas
Depois de seis meses na rua, a dependência de Leo havia piorado. Foi durante uma ação social na Lapa, em dezembro de 2016, que o rapaz ouviu falar da Associação Solidários Amigos de Betânia, ligada à Igreja Católica e que possui parceria com a Prefeitura. O espaço, situado na Freguesia, acolhe pessoas em situação de rua e busca ressocializá-las. Era sua última esperança, já que não tinha se adequado aos abrigos da Prefeitura e não conseguia largar o vício. Leo se mudou para o sítio administrado pela organização, onde recebeu acompanhamento psicológico e foi atendido por assistentes sociais. Sete meses depois, livre da dependência, o rapaz voltou às ruas, não para morar, mas para trabalhar.Foi uma amiga do projeto quem lhe deu a ideia de usar o Facebook para contar sua história. A página “Há vida depois das marquises” fez tanto sucesso que ele decidiu escrever o livro homônimo.
Leo hoje reconstituiu família, é pai de quatro filhos, com idades entre 1 e 23 anos, e mora numa casa em Vista Alegre, Rio de Janeiro.Além de escrever livros, boa parte de sua renda vem das palestras em que relata seus dias nas calçadas e sob marquises. Leo é também assessor na Secretaria municipal Assistência Social.
“Muita gente acha que um morador de rua não tem jeito, mas tem. A gente só precisa de oportunidade, apoio psicológico e atenção ” _ conclui.
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